A Voz da Poesia

Biblioteca da Literatura Popular (Cordel)

Textos

SINFONIA DA MATA
Vagando pelas campinas
Olhando a minha destra
Ouvi uma sinfonia
Pra mim uma coisa extra
Um musical sublime
Dos pássaros, uma orquestra.

O canto de um sabiá
Dava ínicio a seresta
O tangará mavioso
A passarada desperta
E o uirapuru na ingazeira
Dá ínicio a grande festa.

Os índios em suas ocas
Já batiam nos tambores
E os lindos colibris
Belos e multicores
Vão saboreando unidos
O mel que colhem das flores

E o galo-de-campina
Começa sua alvorada
E assim as andorinhas
Fazem a sua revoada
Canta triste a mãe-da-lua
No meio da passarada

Às cinco horas da manhã
Grita alegre o bem-te-vi
O foi-não-foi dos sapos
O gemer do juriti
E o fogopagou cantando
Nas moitas de murici

Ao despontar do Sol
Numa manhã alvissareira
Seus raios iluminando
A ramagem da faveira
Desperta o curió
Entre as folhas da palmeira

Às seis horas da tarde
Tudo vai silenciando
Grita alto a curicaca
Os pássaros vão debandando
E somente as andorinhas
Ficam em bandos revoando

Sentei o joelho ao chão
Fiz uma prece a Maria
Os pássaros silenciaram
Nada mais ali se ouvia
Com minha alma em festa
Eu louvo a Deus todo dia.

O Sol já estava alto
Começou um novo dia
A ema gemeu no campo
Se desfez a harmonia
É assim que na mata
Se desfaz a sinfonia.



11/03/2008
Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 29/03/2008
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