A Voz da Poesia

Biblioteca da Literatura Popular (Cordel)

Meu Diário
19/11/2022 16h13
Entrevista com o Poeta Zé Bezerra...

 

 

Entrevista com o Poeta Popular e Cordelista Zé Bezerra

 

 

Projeto  "Entrevistas  com  a  Poetisa / o Poeta":  Seguem as perguntas para a entrevista:

  "Entrevista com o Poeta Popular e Cordelista Zé Bezerra, de  Teresina, PIauí

 

01- A pergunta inicial, básica, clássica: A literatura em você, quando surgiu ? Por que e como começou a se interessar por literatura e poesia ? Tem lembranças de quando surgiu a “sensibilidade estética à palavra” em você? Qual o seu primeiro contato com a literatura?

- RESPOSTA: Desde os 10 (dez) anos de idade, já gostava de ouvir repente e cordel lido pelos outros....

 

02- Qual é a função da literatura e, mais especificamente, da poesia? Poesia e literatura servem para quê? O que se busca na poesia? Qual é O principal desejo de poeta/poetisa? É a eternidade?

- RESPOSTA: Alegrar e levar conhecimento, aprender a ler e escrever...

 

03- Como tem sido a experiência de trabalhar/batalhar pela poesia e pelas letras num sítio de internete como o RdL? Os/as leitores/as têm interesse por literatura de qualidade e, especificamente, por poesia?

- RESPOSTA: É um lugar bom para divulgar as obras e aprender muito uns com os outros...

 

04- Para você, o que é e o que não é literatura ou o que é e o que não é poesia? Poesia é algo para se levar a sério – pode transformar as pessoas e o mundo – ou é só, para você, uma “recreação do 'espírito'”?

- RESPOSTA: Poesia é sempre boa, rimada ou não...

 

05- Quanto ao processo de construção de seus poemas/textos, você rascunha esboços? Como se dá o seu processo criativo? Como é que predominantemente o seu processo criativo ocorre? O escrever é natural, sob inspiração, aleatório e espontâneo ou sob a decisão de escrever algo sobre algum tema? Existem certos dias, ou ocasiões especiais, em que você trabalha/escreve melhor do que em outros? Ou a poesia é exclusivamente labor e transpiração? Drummond ( = inspiração ) ou João Cabral ( = labor )?

- RESPOSTA: Escrevo mais por inspiração...

 

06- Em geral, você é mais otimista ou pessimista em relação à vida? Como você definiria sua poesia/escrita? Você é um poeta mais dionisíaco ou mais apolíneo?

- RESPOSTA: Sou sempre e procuro sempre ser mais otimista...

 

07- Que poetas/autores você lê? Tem preferências por alguns locais, nacionais ou internacionais? Cite 10 autores indispensáveis em todos os tempos ou estilos de época para a compreensão, percepção e degustação do fenômeno literário no seu estado, no Brasil e no mundo. Quais os autores que mais o influenciaram? Cite alguns poetas e/ou escritores pelos quais você tem admiração.

- RESPOSTA: Da Costa e Silva, Mário de Andrade, Leandro Gomes de Barros, Patativa do Assaré etc...

 

08- Hoje em dia, com as facilidades do mundo moderno, cheio de mil e sempre mais uma opções (ou “opções”), ainda há espaço para a poesia, diante da variedade de coisas, muitas delas de qualidade duvidosa, oferecidas diariamente para as pessoas? Qual é o sentido de escrever poesia hoje, numa sociedade regida pela mídia e pelo mercado? Dá para acreditar em alguma coisa hoje? Alguma utopia?

- RESPOSTA: Eu acredito que sempre nascem outros que vão se interessar pela poesia e mantê-la viva...

 

09- Existe algum poema, frase ou pensamento que sempre o acompanhou ou acompanha por toda a vida? Qual ou quais?

- RESPOSTA: Pensamentos religiosos que inspiram a fazer poesia...

Deus ao mundo deu a guerra,

a peste, a morte e as dores

Mas para alegrar o mundo

Basta haver nos dado as flores...

 

10- Como tem sido o interesse por suas obras já publicadas, se já as tem? Os leitores têm procurado muito por elas? Quem são as pessoas que a procuram? Vale a pena lutar pela cultura e literatura, especialmente a poesia ?

- RESPOSTA: Têm procurado com algum interesse mas já foi maior...

 

11- Qual(is) você considera que seja(m) o(s) seu(s) melhor(es) poema(s)? Cite um trecho dele(s).

- RESPOSTA: Do livrinho O Menino e o Sabiá (1º folheto que escrevi)...

Como todo inocente /

Do céu já é um herdeiro /

Foi Jesus Cristo quem disse /

E pregou no mundo inteiro /

Que no céu entram os justos /

E nunca os desordeiros...

 

12- O que você acha da utilização da internete e de outros meios ditos modernos para a divulgação de obras e autores? O livro corre algum perigo de extinção?

- RESPOSTA:  É um recurso muito bom para a divulgação das obras mas o livro impresso não vai se acabar...

 

13- Você tem participação em concursos literários? Como a poesia marca seu dia-a-dia e sua vida? E quais as dificuldades enfrentadas por um escritor poeta para publicar sua(s) obra(s)?

- RESPOSTA: Sim, participei já. Sempre vivi com a poesia na minha Biblioteca de Poesia Popular a Voz da Poesia...

 

14- Parece que as pessoas, comumente, não veem da melhor forma possível o “novo” nas artes em geral. Por que isso acontece? Qual a sua opinião sobre a inovação na poesia e nas artes? Há perigos na busca constante por inovação? Você acha que esta tendência se acentuou nos últimos anos?

- RESPOSTA: Cada qual com seu modo diferente, cada poeta tem o seu modo de ser...

 

15- Qual o tipo de público que mais aprecia as suas obras? Há interesse das novas gerações pela literatura e cultura, especialmente pela poesia ?

- RESPOSTA: O público escolar de até o Ensino Médio mas infelizmente parece às vezes que a juventude está perdendo mais o interesse...

 

16- Qual é o seu olhar sobre a arte (contemporânea)? Como você vê a situação atual da literatura no seu estado? E no Brasil? Existe apoio de algum tipo ou mesmo incentivo para a produção cultural, literária e, especialmente, de poesia?

- RESPOSTA: Pouco incentivo mas ainda existe, por menor que seja...

 

17- Que conselhos você daria para quem está iniciando na área da literatura e de poesia?

- RESPOSTA: Que siga em frente e leia muito porque é lendo que se aprende a se escrever...

 

- Agora, "jogo rápido" para as perguntas/respostas seguintes:

 

18- O que te faz feliz?

RESPOSTA: Ouvir poesia e fazer literatura...

 

19- Um momento que definiu sua vida?

RESPOSTA: Todos, porque é a própria vida enquanto a gente vive; a gente aprende mas vive e faz diferente do outro...

 

20- Qual a sua maior qualidade?

RESPOSTA: Paciência e compreensão...

 

21- E seu maior defeito?

RESPOSTA: A divisão excessiva das responsabilidades...

 

22- Quem te inspira?

RESPOSTA: Deus, pois a inspiração vem do Alto...

 

23- Melhor conselho que já deu?

RESPOSTA: Não matar...

 

24- Do que você tem orgulho?

RESPOSTA: Não tenho orgulho de nada, orgulho é vaidade...

 

25- Tipo de gente que você tem dificuldade de conviver?

RESPOSTA: Não tenho dificuldades para conviver...

 

26- Qual a melhor década? E por que?

RESPOSTA: A década de 70, porque foi nela que comecei a publicar meus poemas de cordel...

 

27- O melhor dos anos 80?

RESPOSTA:  Viver...

 

28- E o melhor dos anos 90?

RESPOSTA: Também continuar a viver...

 

29- Um sonho?

RESPOSTA: Construir uma família unida, que foi o que já consegui...

 

30- Qual a característica mais importante em uma mulher?

RESPOSTA: O mistério...

 

31- E em um homem?

RESPOSTA: Caráter, bom caráter e dignidade...

 

32- O que mais aprecia em seus amigos?

RESPOSTA: O modo fraterno e amistoso de interagirem comigo...

 

33- O que seria a maior das tragédias?

RESPOSTA: A morte...

 

34- Maior conquista como profissional?

RESPOSTA: Ter sido bem sucedido como Delegado de Polícia...

 

35- Ideia de felicidade:

RESPOSTA: União da família e saúde...

 

36- Maior conquista até agora?

RESPOSTA: Ser escolhido para participar de um livro para estudantes de todo o Brasil...

 

37- Qual o defeito mais fácil de perdoar?

RESPOSTA: Inconsciência do perdão...

 

38- E a maior das qualidades?

RESPOSTA: Perdoar...

 

39- O que é sagrado para você?

RESPOSTA: Deus...

 

40- Quais são seu filmes preferidos?

RESPOSTA: Assisti vários filmes na década de 70 mas a memória, neste momento, não recorda o nome de cada qual...

 

41- Indique 5 (ou mais) livros de que você gostou bastante.

RESPOSTA: Delírios de Um Poeta; O Menino E o Sabiá; 2 Colibris e uma flor etc...

 

42- O que lhe tira do sério?

RESPOSTA: O assassinato, que é desrespeito pela vida, dom de Deus...

 

43- O que não entra em sua casa?

RESPOSTA: Tristeza...

 

44- Segredo para o sucesso profissional?

RESPOSTA: Dedicação ao trabalho...

 

45- Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo?

RESPOSTA: Ser eu mesmo, sem modificação...

 

46- Que superpoder gostaria de ter?

RESPOSTA: Ser imitação de Jesus, doar sempre, multiplicar e dividir com os pobres...

 

47- Indique um (ou uns - 5 – ou mais) livros que você leu recentemente e gostou muito e 3 que você gostaria de ler ou ainda pretende ler.

RESPOSTA: Não tenho lido mais por causa da visão com catarata...

 

48- O que acha do pensamento de Salamah Mussa, de que "Não é a beleza o objetivo da literatura e sim a humanidade"?

RESPOSTA: É um bom pensamento...

 

49- O que diz sobre a expressão de Paul Valéry, “O objetivo profundo do artista é dar mais do que aquilo que tem”?

RESPOSTA: Também parece ser um bom pensamento sobre literatura e poesia...

 

50- Concorda (ou não), numa perspectiva geral, visto que o autor (o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre) também foi literato (engajado), que “A existência precede a essência”? Qual (ou quais) o(s) seu(s) "mote"(s)/pensamento(s) preferido(s)? E o que pensa sobre literatura (especialmente poesia) engajada?

RESPOSTA: Prefiro não comentar essa frase. Um dos meus motes preferidos é: "Quando eu ia, ela voltava; Quando eu voltava, ela ia..." ...

 

51- Qual(is) você considera que seja(m) a(s) sua(s) maior(es) qualidade(s) como escritor/poeta?

RESPOSTA: Falar das coisas de um modo diferente...

 

52- Para finalizar, expresse algo que deseja tornar público e que ainda não tenha sido mencionado anteriormente ou que você queira destacar. Palavra aberta, à vontade.

RESPOSTA: Agradeço por tudo a todas e todos e lembrar que a poesia é a beleza das belezas...

 

Quem canta, seus males espanta /

Quem chora seus males aumenta /

Eu canto pra disfarçar /

A dor que me atormenta

 

 

-----  Grato pela gentil entrevista a nós concedida, prezado Poeta José Bezerra de Carvalho, Zé Bezerra, o "Águia de Prata"

 

 

© José Bezerra de Carvalho, Poeta Zé Bezerra   2022.

 

 

 

 

  


Publicado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 19/11/2022 às 16h13
 
23/09/2022 03h13
Poema de Zé Bezerra em livro didático nas escolas do Brasil

 

Recebemos, no dia 16, um honroso convite para incluir um dos poemas do autor (José Bezerra de Carvalho, Poeta Zé Bezerra), "As Coisas Do Meu Sertão", numa obra didática para o Ensino Fundamental, livro a ser distribuído em escolas de todo o Brasil. Segundo os dados da obra da Somos Educação:

Título: Português Linguagens - 7º Ano

Autores: William Cereja e Carolina Dias Viana

Selo: Atual

Formato: impresso e digital (acesso feito mediante senha e login em plataforma fechada da Somos Educação)
Período: 1 edição. 

 

Essa primeira edição, segundo um dos filhos do autor nonagenário participante aqui do Recanto das Letras, RdL, (Poeta Zé Bezerra, o "Águia de Prata"), terá validade por 5 anos. O poeta (Poeta) Zé Bezerra está muito feliz, felicíssimo, com este reconhecimento nacional de suas qualidades literárias. Ainda segundo o filho dele, João Paulo, o poema (Poema) "As Coisas do Meu Sertão", do Poeta Zé Bezerra, foi escolhido pelo próprio autor da obra, William Roberto Cereja, Mestre em Literatura, segundo esta biografia na Wikipédia: William Roberto Cereja (é)  "Professor graduado em Português e Linguística e licenciado em Português pela Universidade de São Paulo (USP) e Mestre em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo (USP), além de professor da rede particular de ensino em São Paulo e autor de obras didáticas. ".

 

Muito bom dia e/ou boa tarde e/ou boa noite, para todas e para todos.

 

 

 

 


Publicado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 23/09/2022 às 03h13
 
22/05/2022 01h13
Cantadores de Viola

 

Cantadores  de  Viola

 

 

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Cantadores de Viola

 

Os cantadores que se iam medir aquela noite, eram o José Firmino e o Pedro Jeju, os mais festejados daquela beirada de rio.

Ninguém queria perder uma palavra da luta que eles iam travar em versos.

O João Raimundo bateu palmas no meio da latada impondo silêncio:

Minha gente, vamos ouvir estes dois "turunas" (1)

Zoou no ar um quente repinicado de primas e bordões de violas.

Os dois cantadores sentaram-se frente a frente.

Versos de cá, versos de lá, a cruzarem-se. Um improvisava uma quadra ou uma sextilha ou uma oitava e o outro imediatamente respondia com uma oitava ou uma quadra ou uma sextilha.

No começo, cada um deles disse, em versos, quem era, como nascera, de onde tinha vindo. Cinco minutos depois, começaram a gabar-se de feitos maravilhosos.

O Pedro Jeju, dedilhando assanhadamente as cordas da viola, soltou a primeira gabolice (2):

(1) Turuna — valente, que tem fama em alguma habilidade.

(2) Gabolice — ato de elogiar-se a si próprio.

 

José Firmino acredite,

Não gosto de me gabar,

Mas quando pego a viola,

Quando começo a cantar,

Saem da cova os defuntos,

Os peixes saem do mar,

Os anjos descem do céu,

E tudo vem me escutar.

 

O José Firmino quase não deixou que o companheiro acabasse o último verso, e cantou de viola estendida no peito:

 

Eu não tenho inveja disso,

Sou valente, valentão,

Canguçu (1) é meu cavalo,

Cascavel meu cinturão,

Eu engulo brasa viva,

Pego corisco com a mão,

Um empurrão do meu dedo

Bota dez morros no chão.

(1) Canguçu — espécie de onça brasileira.

 

O Pedro Jeju respondeu:

 

Você pode ser valente,

Habilidoso não é.

Eu calço chinelo em cobra,

Boto guizo em jacaré,

Asso manteiga no espeto,

Faço o tempo andar à ré,

Carrego água em peneira,

Dou beijos em busca-pé.

 

O povo aplaudia com palmas e gritos.

José Firmino olhou o cantador de alto a baixo e improvisou:

 

Isso tudo não é nada,

Não me pode amedrontar:

Paro o vento quando quero,

Já fiz o sol esfriar,

Bebo chumbo derretido,

Sem o chumbo me queimar,

Seguro as onças no mato,

Para meu filho mamar.

 

O outro acelerou os dedos nas cordas da viola e respondeu:

 

Se eu for contar minhas artes

Não acabo nunca mais;

Para apagar os incêndios

Uso breu e aguarrás,

Eu ponho luneta em pulga,

E gravata em Satanás,

Eu faço gelo com brasa,

Coisa que você não faz,

Faço o carro andar na frente,

Faço o boi andar atrás.

 

E ergueu-se. José Firmino ergueu-se também. Eram ambos fortes no desafio. Não haveria vencido nem vencedor. Não valia a pena teimar.

 

Viriato Corrêa [Viriato Correia], em "Cazuza" - Capítulo 'Cantadores de Viola' - Companhia Editora Nacional" (segundo um dos "site"s consultados.).

 

 

 

 

 

 


Publicado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 22/05/2022 às 01h13
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02/04/2022 03h13
A M O R : O menor e o maior nome de todos os tempos! DEUS SÓ DEUS É AMOR ! O amor gera vida, a vida gera a felicidade e o prazer de viver. Sem amor não há vida. Esta é a ordem do supremo criador DEUS. Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.

 

A M O R

 

 

 

O menor e o maior nome de todos os tempos!

 

DEUS

 

SÓ DEUS É AMOR !

 

O amor gera vida, a vida gera a felicidade e o prazer de viver. Sem amor não há vida. Esta é a ordem do supremo criador DEUS.

 

Amai-vos uns aos outros  como eu vos amei.

 

Ele amou até a morte, dando a vida.

 

Você seria capaz de dar sua vida para que outra pessoa não fosse morta?

 

Ah! Esta é a resposta. SIM ou NÃO?

 

 

                                                                                               11/02/2019

                                                Autor: Poeta José Bezerra de Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Publicado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 02/04/2022 às 03h13
 
09/09/2021 13h03
Atualização de material literário no Recanto das Letras e "Site" do Escritor

 

 

 

Começa hoje, quinta-feira, 09set2021, a (primeira) tentativa de atualização e uniformização da obra nos diversos sítios ("site"s) em que se encontra distribuída, começando, especificamente, pelo Recanto das Letras e "Site" do Escritor, com vistas a um desempenho profissional nas atividades de divulgação desta obra.

 




 

 

 

 


Publicado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 09/09/2021 às 13h03



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