A Voz da Poesia

Biblioteca da Literatura Popular (Cordel)

Textos


 

 

Um Cordel, ainda a ser completada a digitação

 

 

 

Muito bom dia / boa madrugada / manhã / tarde / noite, para todas e para todos.   Mais recente publicação do Poeta Popular Zé Bezerra:              

 

https://www.recantodasletras.com.br/cordel/7810230

               

 

O RICO E O POBRE  A JUSTIÇA

 

 

 

 

Musa divina e sagrada

Me inspira nesse momento

Para falar com amor  

O que tenho em pensamento

Sobre o rico e a justiça

E do pobre o sofrimento

 

Me sinto amargurado

Quase não posso falar

As lágrimas vêm aos olhos

Sinto a garganta apertar

O rico sufoca o pobre

Sem meios para escapar

 

Mais as leis são criadas

Apenas para enfeite

Sempre a favor do rico

Aos pobres não dão direito

A justiça dorme e ronca

Na jaula do preconceito

 

É tema bem conhecido

Mesmo assim vou falar

Julguem bem ou ruim

Meu jeito de protestar

Como o rico e a justiça

Vivem ao pobre a sufocar

 

O rico tem direito

A casa ou apartamento

Carro na porta ou garagem

Festa e divertimento

Muito dinheiro no bolso

Pra custear seu sustento

 

O pobre não tem direito

Nem casa para morar

Escola para aprender

Nem terra para trabalhar

Se pede  é vagabundo

Não tem como escapar

 

A justiça vê tudo

É a dona da verdade

Porém  para o pobre

É outra a realidade

Prende e solta o rico

Com muita facilidade

 

O rico tem mordomia

O pobre não tem sossego

Pra pobre se dá trabalho

Pro rico se dá emprego

Filho de pobre é moleque

Filho de rico é pelego

 

A justiça é quem faz

Essa discriminação

Ao pobre nega a verdade

Tira o poder de ação

E ao rico dá o direito

Mesmo não tendo razão

 

Justiça seria pra todos

E os direitos iguais

Se presos o pobre e o rico

Sofressem os mesmos penais

Porque o pobre e o rico

Aspiram (a)os mesmos ideais

 

O rico possui a terra

E tudo ele planeja

Faz dela seu patrimônio

Muito tem e mais deseja

A ninguém presta conta

Comanda assim a peleja

 

O pobre vaga na terra

Não tem casa ou moradia

É sujeito a passar fome

O rico lhe repudia

Se ele mata é um monstro

Se morre  é por covardia

 

O rico manda em tudo

O pobre só é mandado

O rico dorme em mansão

O pobre  no chão molhado

Se pune o erro do pobre

Do rico  é dispensado

 

O rico mata em defesa

O pobre  é por covardia

O rico não fica preso

O pobre vai pra enxovia

Julga o rico com defesa

O pobre  é à revelia

 

Se o rico rouba  é esperto

Se o pobre furta  é ladrão

A justiça sabendo disso

Entra logo em ação

Manda o rico pra casa

O pobre  para a prisão

 

O rico mata e rouba

Na ganância por dinheiro

Desonra, assalta e estupra

É chamado justiceiro

Mas se é um homem pobre

Sua alcunha é desordeiro

 

O filho do rico assalta

Ninguém o chama atenção

Diz-se foi tolice

O menino é brincalhão

Fez por ingenuidade

E não por intenção

 

Se é o filho do pobre

Se manda para a cadeia

Lhe chamam de vagabundo

Tem vida pregressa e feia

Vive no mundo do crime

De arrombar casa alheia

 

A justiça tem dois pesos

E somente uma medida

Erra o rico, é dispensado

Pro pobre  a lei é mantida

Falta de pobre é lembrada

A do rico é esquecida

 

A justiça na terra

Para o pobre é abstrata

Para o rico  é fecunda

Mas o pobre ela trata

Com desprezo e indiferença

Que o desgosto lhe mata

 

Justiça de rico é na vida

Pro pobre é quando morre

Ao rico  ela atende

Ao pobre  ela não socorre

Se o rico erra  é deslize

Se o pobre erra  é esporre

 

Mas a justiça Divina

Tem a medida direta

Quando julgando os dois

É com medida correta

Ela pune ao errado

E ao certo ela liberta

 

Deus dá a pobre e rico

O direito de viver

Um ao outro ajudar

Se preciso  defender

E o que for mais forte

Ao mais fraco defender

 

Mas tudo é diferente

O homem pensa errado

O rico sobe na vida

O pobre é explorado

A justiça a meio pano

Fica de braço cruzado

 

Rico  pobre e a justiça

Dois existem realmente

Disso tenho a certeza

O terceiro é inexistente

Se o terceiro existisse

Tudo era diferente

 

Se houvesse justiça

Como tem rico e pobre

Quando os dois errasse

Fosse plebeu ou nobre

Se punisse igualmente

A justiça não se dobre

 

Falo assim por falar

Digo com tranquilidade

Jesus veio à terra

Nos trazer felicidade

A justiça o condenou

Porque pregou a verdade

 

Foi morto crucificado

Pregado em uma cruz

O mundo vivia em trevas

Ele veio trazer a luz

A justiça mandou matar

A quem ao céu nos conduz

 

Falei de rico e pobre

E da justiça também

Dos erros do homem

Dos defeitos que tem

Vou falar de satanás

Da forma como ele vem

 

Do seu poder na terra

Destruindo o certo

Dirige as autoridades

Delas não sai de perto

Os homens não o vêem

O satanás é esperto

 

Vou mudar de jeito

E meu modo de falar

Nos capítulos da Bíblia

E como interpretar

Como satanás procura

A todo mundo enganar

 

É o príncipe das trevas

E tem os dias contados

Por isso  ele procura

A trazer todos enganados

Para no fogo com ele

Sejamos precipitados

 

Todo tipo de engodo

No mundo tem lançado

Prazeres extravagantes

O crime organizado

Mulheres se vendendo

Pelo preço do pecado

 

Mulher toda despida

Nos mostra a televisão

Mulher fazendo sexo

Na sala da refeição

Apresentada em novela

A senda da perdição

 

Os deleites sexuais

Feitos abertamente

Gestos de fazer amor

Na frente de inocentes

No ritmo da lambada

Uma dança indecente

 

 

...

 

OS FEITOS DE SATANÁS

 

 

Satanás desceu jogado

Está caído na terra

Com fornicação e guerra

Só porque ficou zangado

No dia que foi julgado

Quando ele se rebelou

Contra Deus se levantou

Mais perdeu para o Eterno

Por isso é que no inferno

Ele se precipitou 

 

Mas na terra ele ficou

Agindo de um certo jeito

Tira o homem do respeito

Coloca ira e rancor

Tristeza, raiva e pavor,

Violência e falsidade

Matando sem piedade

Destruindo a vida alheia

Ninguém vai pra cadeia

Pode matar à vontade

 

Coloca na mocidade

Tóxico, mentira e vingança,

Velho estuprando criança

É uma barbaridade

Velha de oitenta de idade

Querendo ser palpitante

Mas o homem vigilante

Lê a Bíblia e repousa

Apocalipse doze

Do verso sete em diante

 

Satanás como emigrante

Percorreu o mundo inteiro

Construindo o feiticeiro,

Pistoleiro e assaltante

Ele se fez comandante

De tudo o que não presta

Vai botar selo na testa

Dos que estão lhe obedecendo

Porque ele está sabendo

Que pouco tempo lhe resta

 

Ele entra na grande festa

Que se chama carnaval

Transforma em reino animal

Que o povo se desembesta

Quando o tóxico infesta

Uma pessoa querida

Lhe deixa desprotegida

Vai parar na medicina

Gasta o que tem e termina

Com os prazeres da vida

 

Satanás faz a partida

Para entrar na igreja

Se trava grande peleja

Se ele laça uma vida

A tal pessoa querida

Deixa outros acelerados

Os justos desanimados

Surgem falsos pregadores

Hoje até os pastores

Já estão sendo enganados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

...  

 

 

 

 

 

 

Autores: JOSÉ BEZERRA e R. CORDEIRO

 

 

 

 

Um (este) Cordel (acima), ainda a ser completada a digitação

 

 

 

 

 

Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 24/07/2023
Alterado em 24/03/2024


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