A Voz da Poesia

Biblioteca da Literatura Popular (Cordel)

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Poeta Zé Bezerra nas Escolas de todo o Brasil...

 

Poeta Popular e Cordelista Zé Bezerra...   . . .  Domingo, 18 de setembro de 2022.   Recebemos, anteontem, 16, um honroso convite para incluir um dos poemas do autor (José Bezerra de Carvalho, Poeta Zé Bezerra), "As Coisas Do Meu Sertão", numa obra didática para o Ensino Fundamental, livro a ser distribuído em escolas de todo o Brasil. Mais detalhes numa publicação seguinte.

 

O Poema "As Coisas Do Meu Sertão" é este:  

 

AS COISAS DO MEU SERTÃO

 

Já falei de saudade
Tristeza e ingratidão
De amor e de prazer
E cantei de emoção
Quero agora cantar
E também quero falar
Das coisas do meu sertão

 

Chegando o mês de janeiro
Caindo a chuva no chão
Se caminha pro roçado
Se começa a plantação
A terra estando molhada
Canta alegre a passarada
Nas quebradas do sertão

 

Mas se não chove aqui
É grande a desolação
Morre de fome o gado
Não se faz a plantação
Todo mundo a correr
Na cidade vai viver
Fica triste o meu sertão

 

Quando chega a invernada
Se renova o meu sertão
No curral se põe o gado
Se faz queijo e requeijão
Tem muito leite e coalhada
Tem festa de vaquejada
Nas quebradas do sertão

 

Quando a seca é pesada
É triste a situação
Pra todo lado se corre
Só se vê lamentação
A terra fica rachada
Só tem casa abandonada
Fica triste o meu sertão

 

Mas quando chega a chuva
Se alegra todo sertão
Canta alegre o sabiá
Ciscando as folhas no chão
Dá comida ao filhote
Gritam também os coiotes
Nas quebradas do sertão

 

No sertão quando não chove
Não nasce vegetação
Só se ouve a mãe da lua
A coruja e o gavião
O gemer da juriti
A cigarra a zumbir
Fica triste o meu sertão

 

Mas quando se ouve
O gemido do trovão
Que cai a chuva na terra
Fica urrando o barbatão
A lua não aparece
Toda vegetação cresce
Nas quebradas do sertão

 

Na seca tudo é triste
Se abandona o sertão
Outros fazem promessa
Pra chuva cair no chão
Só se ouve canto e prece
O verde desaparece
Como é triste o meu sertão

 

Quando termina a seca
Que a chuva bate no chão
De longe se ouve o grito
Do marreco e do pavão
No campo existe beleza
Como é bela a natureza
Nas quebradas do sertão

 

A seca acaba com tudo
Morre a vegetação
No campo seca o pasto
Canta triste o corujão
O olho d’água secou
A ribação se mudou
Como é triste o meu sertão

 

No inverno muda tudo
Floresce todo o sertão
As árvores criam folhagem
Tudo é renovação
O mundo muda de cor
Só se tem paz e amor
Nas quebradas do sertão

 

A seca seca o riacho
Olho d’água e grotão
Tudo se torna difícil
Só se vê o poeirão
Carniça pra todo lado
Morrendo de sede o gado
Como é triste o meu sertão

 

Quando Deus ouve as preces
Manda chuva pro sertão
O caboclo planta de tudo
Milho, arroz e feijão.
Mandioca e melancia.
Tudo, tudo é alegria.
Nas quebradas do sertão.

 

 

© Poeta Zé Bezerra (José Bezerra de Carvalho) 2007-2022

 

 

 

Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 18/09/2022
Alterado em 18/09/2022
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