A Voz da Poesia

Biblioteca da Literatura Popular (Cordel)

Textos


 

 

A importância do Cordel no contexto social

(Produção Coletiva) Oficina de Cordel "Como Aprender"

Participantes da Turma Avançada

 

JAN | FEV / 2022 Ilustração da Capa: Danielle Bastos

 

 

A IMPORTÂNCIA DO CORDEL

NO CONTEXTO SOCIAL

(Produção Coletiva)

 

 

Caros amigos, a vida

Busca uma renovação

Por mais moderna que seja

Outra manifestação

O cordel se faz presente

Bem firme, socialmente

Preservando a tradição

 

Vamos fazer um trabalho

De maneira original

Falando da importância

No contexto social

Do Cordel. Uma abordagem

Nos estilos da linguagem

Poética e gramatical.

 

Todo tema recorrente

Em Cordel é abordado:

Meio ambiente, política,

Economia, mercado,

Saúde e religião,

Porém, é na educação

Que mais tem colaborado.

 

Na família e na escola

Desde o tempo imperial

Ambiente de poesia

Sempre melhora o astral

Com reflexão do povo

Em cada motivo novo

Do contexto social.

 

Recentemente o Cordel

Conquistou mais confiança,

Voltou a ser praticado

Por adulto e até criança

Em escolas e oficinas

Nas cidades nordestinas

Assumiu a liderança.

 

Na vida cotidiana

Do Nordeste brasileiro

O Cordel bem representa

O nosso povo guerreiro

No dia a dia, figura

Levando muita cultura

Por confins do mundo inteiro.

 

Até na televisão

Cordel já foi encenado,

Nos funerais, orações,

Casamento, batizado;

Para narrar qualquer feito

O Cordel soa perfeito

Quando é bem elaborado.

 

É de grande importância

Pra história e instrução,

Pois registra e critica,

Trazendo reflexão

E pr'um mundo mais fraterno,

Do passado ao moderno,

Já faz a transformação.

 

A importância do Cordel

No contexto social

Vai além do que se vê

Tem um valor capital

Mais do que literatura

É genuína cultura

Uma arte ancestral.

 

Aborda qualquer temática

Da arte a filosofia,

Ciência a religião,

Da tristeza, da alegria.

Canta o afago e o açoite

Canta o dia, canta a noite,

O desencanto e a magia.

 

Bem sabe-se que o Cordel

É forma de expressão

De riqueza sem igual

Se real ou ficção

No lastro da sociedade

Sem distinção de idade

Dá sua contribuição.

 

Cordel é claro e direto

Com rima forma cadência

Atraindo o bom leitor

Sem prévia experiência

Agrada a rico e a pobre

É uma cultura nobre

Fomento para a ciência.

 

No contexto social

Do interior a cidade

Paira sobre o profano

Fartura, calamidade

Política, religião

Palácio, vila, sertão

Fuxico, e realidade.

 

Cordel na literatura,

Bem assim como o repente,

São tradições do Nordeste

Que retratam nossa gente,

Relembram nossas histórias,

As façanhas e vitórias

De um povo muito decente.

 

O Cordel é nosso brado,

Na forma de uma poesia

Criticamos a política,

Bem como a democracia,

Levando a informação

Ao povo sem instrução

Que escuta com alegria.

 

No contexto social,

A poesia popular

(Seja o cordel ou repente),

De pronto vem preservar

A cultura nordestina

Que ao bom sertanejo ensina

Sua história retratar.

 

O Cordel é importante

No mais longinquo sertão

Nas reuniões de amigos

Ele é animação

Com histórias bem rimadas

Ao gerar pena ou risadas

Provoca reflexão.

 

Sempre refletindo fatos

Da cultura e das gentes

Com efeitos sociais

Narrando arquivos presentes

Da cidade e do sertão

Da vida do cidadão

De formas bem abrangentes.

 

Nas escolas, o Cordel

Sempre é grande atração

O interesse dos alunos

No que lhes chama atenção

Riem da rima e da história

Vibrando com a vitória

Com grande satisfação.

 

Belo por assim ser, é

A manhã ensolarada

Beijando a porta aberta

Alertando a alvorada

Ecoa na imensidão

Tem poder da oração

É palavra encantada.

 

Cordel é a ferramenta

De múltipla utilidade

Mantém ativa a cultura

Levando a prosperidade

Fomenta a inteligência

Suprindo qualquer carência

E promove a amizade.

 

E  claro, cutuca a mente

Acalenta o coração

Nos instiga a pensar

Nos provoca emoção

Nos versos do improviso

Rouba choro, rouba riso

Não arreda da missão.

 

O Cordel se perpetua

E vem deixando o legado

Com referência e lazer

Pro matuto e pro letrado

Ou real, ou ficção

Está em primeira mão

Por todos é aprovado.

 

Por isso, é cultura viva,

Amor e cangaço forte,

Passando em qualquer lugar

Trilhando do Sul ao Norte,

Pode-se louvar a vida,

Com mensagem divertida,

Ou mesmo temer a morte.

 

É poesia valente

Patrimônio cultural

Não tem preço, cotação

É bem imaterial

E soergue  triunfante

Eternamente importante

No contexto social.

 

O Cordel nos fortalece

Nos inspira, nos dá plano

É de suma importância

Dentro do contexto humano

Porque  na realidade

Vive na sociedade

Nos doze meses do ano.

 

Representa inovação

Modifica o dicionário

Dinamiza a linguagem

Da poesia é o corolário

Potencializa o discurso

Muda até frase de curso

E refaz vocabulário.

 

O Cordel descoloniza

Mostra o subalternizado

Exalta a ideia simples

Do homem lá do roçado

Todos podem versejar

Basta saber bem rimar

Mesmo não sendo letrado.

 

Nesse contexto, o Cordel

Da poesia nordestina

Que é cheio de encantos

É quem alcança e ilumina

Essa mística aventura

Formosa literatura

Que  com amor  nos domina.

 

A história do Cordel

É grande arte que se estima

No contexto social

Que a arte-cultura exprima

A importância que vem dela

É literatura bela

Conta sílabas e até rima.

 

Essa arte, desde o tempo

Do folheto manuscrito

Vem conseguindo juntar

Popular com erudito

E a sua evolução

Nos dá mais inspiração

Com poder quase infinito.

 

É cultura secular

Magnífica fonte histórica

Que deve ser conhecida

Porque além da retórica

Dos costumes, tradições,

Saberes, percepções,

É de importância teórica.

 

Por meio dos repentistas

É cultura popular

Musicada e bem rimada

Cordel espetacular

É declamação poética

Vista agora numa estética

De forma oral exemplar.

 

Construção do pensamento

Veja! Conecta-nos bem,

Processo de aprendizagem

Grande êxito o vate obtém

Seguindo a regra da língua

Com a métrica, "distingo-a".

É puro cordel também.

 

Ah, meu Deus  como seria?

Nosso mundo sem Cordel

Um mandacaru sem flor

Ou Paris sem Torre Eiffel

É vida pela metade

É prender a liberdade

Ter lápis, sem ter papel.

 

Só mesmo o poeta sabe

Só o poeta e mais ninguém

O valor da poesia

Pois quando o poema vem

E em palavras se traduz

É o poeta quem dá a luz

Ao poder que o cordel tem.

 

Assim, a sociedade

Tem cordel como semente

Plantada no coração

Alimenta nossa mente

Traz uma nova visão

Luz da imaginação

Faz o mundo reluzente.

 

O Cordel é para quem

Tem boa percepção

É a alma que escreve

Quem lê, é o coração

E o poeta, é só um ente

Que conduz em sua mente

A divina inspiração.

 

Ano dois mil e dezoito

Quando o IPHAN nacional,

trouxe na pauta o Cordel

Como tema principal

No que ficou decidido

O Cordel reconhecido

Patrimônio cultural.

 

 

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SUGESTÃO DO VALCY

 

"Hoje, 26/02/22, na Oficina de Cordel, fizemos em conjunto uma estrofe, em que foi dado um mote pelo prof. Joames e todos deram

sugestões de versos, ao fim chegamos nesta estrofe:

 

Do sertão ao litoral

O cordel está presente

Informando a muita gente

Desde lá de Portugal

Ao Brasil colonial

Até mesmo em Teresina

Tem poeta em toda esquina

Escritor e violeiro

O cordel é mensageiro

Da cultura nordestina."

 

 

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Produção do Folheto

 

Participantes                                                     Estrofes

 

Angelita Fontenele................................................17, 18, 19

Antônio Cruz...........................................................39

Carlos Alberto Dias................................................08

Chico Acoram.........................................................14, 15, 16

Eduardo Oliveira....................................................22, 25, 35

Fco. de Almeida......................................................21, 24

Gilmara Eufrazino...................................................30, 32, 33, 34

Luzinete Fontenele.................................................01, 04, 29, 31

Marta Betânia..........................................................23

Marina Campelo......................................................03, 05, 06, 07

Paulo Goudinho.......................................................09, 10, 36

Paulo Gustavo..........................................................27, 28

Poeta Nonatinho.....................................................26

Rdo. Clementino......................................................02, 38

Valcy Cavalcante.....................................................11, 12, 13, 20, 37

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Ilustração da capa

Daniele Bastos

 

Diagramação

Allana Medeiros

 

Organização

Raimundo Clementino Neto

(86) 99972-0303 (Whatsapp)

 

 

Zé Bezerra o Águia de Prata, Angelita Fontenele, Antônio Cruz, Carlos Alberto Dias, Chico Acoram, Eduardo Oliveira, Fco. de Almeida, Gilmara Eufrazino, Luzinete Fontenele, Marta Betânia, Marina Campelo, Paulo Goudinho, Paulo Gustavo, Poeta Nonatinho e Raimundo Clementino; Valcy Cavalc
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 13/06/2022
Alterado em 18/06/2022
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