VAMOS LER O CORDEL

VAMOS LER O CORDEL
Poeta José Bezerra de Carvalho

Vamos ler o cordel
Ensinar o outro a ler
Cordel é arte é ciência
E se precisa saber
Que essa literatura
Ajuda a desenvolver

Ela é desenvolvimento
É uma forte cultura
Uma fonte de ensino
Desenvolve a criatura
E é também conhecida
Na sagrada escritura

Rei David grande poeta
Está na Bíblia Sagrada
Os cantos que escrevia
Eram em prece transformada
E sua prece poética
Era por Deus escutada

Os salmos de David
Um santo Rei e poeta
Escrevia e cantava
Uma poesia completa
Prova que essa ciência
É uma cultura correta

Os anjos são poetas
Grandes improvisadores
Os poetas cordelistas
São os meus imitadores
Fazendo assim do cordel
A versão dos cantadores

A literatura de cordel
É cultura ciência e arte
Se cultivada e semente
Nasce em qualquer parte
Se torna nobre e divina
Verdadeira obra d'arte

Com ela você conhece
A formação do universo
Estuda toda ciência
Em trovas, rimas e verso
Nas amarguras da vida
A poesia é o reverso

Estudo ciência e arte
E é um dom recebido
Que vem das mãos de Deus
Ao poeta transmitido
Pra afastar a tristeza
Dando à vida bom sentido

Recebi do Pai eterno
A santa inspiração
De transformar a palavra
Em prece e oração
E oferecer a Deus
Em forma de louvação

Por isso agradeço a Deus
A minha desenvoltura
Em transformar a palavra
Numa fonte de cultura
Com verbos e adjetivos
Que tem a literatura

Aprenda, ensine e estude
A criação deste mundo
A força e poder de Deus
O primeiro sem segundo
Na formação dos planetas
Com o saber mais profundo

A formação do universo
Com suas constelações
A força da natureza
Com suas vibrações
As quatro fases da lua
Da terra quatro estações

O mar não seca, nem enche
E nunca fica parado
O movimento da terra
Tudo bem organizado
E as viagens dos planetas
Com hora e tempo marcado

Por mais que cave a terra
Não se chega ao outro lado
O sol não fica velho
Todo dia é renovado
Nasce e morre todo dia
Deixa o céu avermelhado

Os planetas não se chocam
E nunca perdem o rumo
E quando isso acontece
Nunca saem do prumo
Seguem a reta serenos
Sem cair no desaprumo

A chuva cai na terra
Enche lagos e rios
O mar recebe as águas
Enfrentando o desafio
Sobe e desce a maré
E nunca fica vazio

O sol, a lua e as estrelas
As luzes do universo
Cantando em rimas e prosas
Em linha formando verso
Deus dá ao homem simples
O que tira do perverso

Eu canto o céu e o mar
E tudo o que a terra tem
Toda bondade de Deus
Que a natureza contém
Só o Senhor sabe tudo
Dele não sabe ninguém

Se os planetas se chocam
Pelo imenso infinito
Mesmo quando se parte
O que cai na terra é granito
Ou como diz os astrólogos
Um pequeno aerólito

Na Bíblia Sagrada está
A mais bela poesia
O cântico dos cânticos
O livro da sabedoria
O amor divinizado
Na sagrada profecia. Fim.