A Voz da Poesia

Biblioteca da Literatura Popular (Cordel)

Textos

Devaneios
Tristonho fico a perambular nas ruas.
Meus olhos buscam a imagem tua,
Sou como os dias que não tem sol,
Sou como as noites que não tem lua.

Mãe amorosa que chorando segue.
Nas estradas da vida procurando o filho,
Com os olhos secos já não tem lágrimas ,
Como olhos dos mortos já pedem o brilho.

Como arvores que murcham aos poucos.
Suas folhas caem e fica ressequida,
As suas flores murcham e perdem a cor.
Não perdem o perfume mas perdem a vida .

Sou como os marcos que repartem a terra.
Sujeito a chuva e o sol como um esteio,
Como mensagem que espera a resposta,
Fui procurá-la mas ela  não veio.

Pés calejados e machucados de pisar nas pedras
Mãos estendidas de esperar em vão
Meus olhos secam já não há mais lágrimas
Mesmo perdendo-a ainda estendi-lhe a mão.

Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 05/11/2018
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