A Voz da Poesia

Biblioteca da Literatura Popular (Cordel)

Textos


NA CÂMARA E NO SENADO // CPI E MENSALÃO


Pediram e eu vou falar
Sobre a Constituição
Um calendário de leis
Para reger a nação
Na qual a reforma agrária
Era sua opção

Gastou-se milhões de cruzados
E muita gente enricou
A nação empobreceu
A divida não se pagou
A reforma não saiu
E o povão se enganou

Criou-se a nova moeda
Para alegrar ao povo
Que andava apertado
Que só um pinto no ovo
A reforma não saiu
Nos enganaram de novo

Ta aí a Constituição
Com palma, véu e grinalda
Só a favor dos ricos
No Congresso promulgada
O pobre e a classe média
Ficou fora da jogada

Adeus reforma agrária
E quem nela acreditou
Morreram as esperanças
De quem por ela esperou
Tudo foi por água abaixo
O sonho se acabou

E eles dizem assim
Cumprimos nosso dever
Fizemos a Constituição
Nada ficamos a dever
Sobre todos os requisitos
Demos nosso parecer

Tudo aqui no Brasil
Sempre é imitação
Não ia ser diferente
Em tempo de eleição
Os políticos comem o pato
E quem paga é o povão

O soneto foi ruim
Pior será a emenda
Eles falam inglês
Para que não se entenda
Formam leis e meias leis
Para aumentar a contenda

Toda volta de caminho
Se bota sempre um atalho
A nova Constituição
Teve bastante trabalho
Estão chamando a mesma
Nova colcha de retalho

A de 46 foi assim
Milhões de vezes emendada
Só pelos pobres ela era
Gentilmente respeitada
Pra político dava tudo
Ao povão não dava nada

Quede a reforma agrária
Por Tancredo prometida
Por Ulysses e José Sarney
Foi totalmente esquecida
E quem queria fazê-la
Viajou, perdeu a vida

Eu falo com muito medo
De pegar uma punição
A lei é muito dura
Pra quem não tem posição
Só os grandes têm direito
Os pequenos obrigação
Tá aí a Constituição
Feita com muito tato
Os constituintes dizendo
Cumprimos o nosso trato
Mas Jânio a batizou
De simples balaio de gato

E ela está aí
Mas sem poder vigorar
Já precisando de emenda
Duma lei complementar
Ou um decreto de lei
Para o Congresso aprovar

Desde Dão Pedro II
O povo vive esperando
As gerações vão morrendo
O tempo vai se passando
As esperanças do povo
Aos poucos vão se acabando

Foi feita e aprovada
Só aos ricos satisfaz
Aos banqueiros e doleiros
Grandes benefícios traz
Cresceu mais o latifúndio
Dos pobres tirou a paz

Esta é a verdade
E eu continuo pregando
Profetizar a verdade
É Deus que está mandando
E enquanto Deus me der vida
Eu vou continuar falando

Deus é vida e liberdade
O mundo ao homem entregou
Viver em comunidade
Foi isso que Ele ensinou
Mas o homem fez as leis
E aos fracos pisoteou

Acreditar em político
É escolher sal em areia
Granito de pólvora em brasa
Inocência na cadeia
Água doce na maré
Escuro na lua cheia

Agora em mais um escândalo
O país está envolvido
É um após o outro
E nada é corrigido
Um escândalo encobre o outro
E nada é resolvido

A Câmara e o Senado
Também estão na balança
Senador e deputado
Só geram desconfiança
Ministros e governadores
Também entraram na dança

O escândalo do Mensalão
Que Jefferson denunciou
A CPI dos Correios
Nada realizou
E até um ministro
Do bolo participou

Senadores e deputados
Disto estão conscientes
Ministros e governadores
Também não são diferentes
O povão é o culpado
E eles são inocentes

CPI e inquéritos
Fabricam a toda hora
Comissões são formadas
E a imprensa explora
Enquanto o tempo passa
Os culpados dão o fora

E na Constituição
Vão dando uma mexida
E fazendo novas leis
Pra coisa ser resolvida
Enquanto o povo se cala
E a causa ficar esquecida

A Câmara e o Senado
Têm uma porta espaçosa
Onde os ricos e empresários
E a elite gananciosa
Enganam dia e noite
Com promessas mentirosa

Prostituem as leis
As famílias e a nação
Falam em nome de Deus
Chamam o povo atenção
Com inflamados discursos
Falando em inovação

Mas o percurso não muda
Fica a porta escancarada
Sai um e entra outro
Seguem a mesma jornada
Quem esperava melhora
Não confia mais em nada

Eu falo, ninguém escuta
E poucos dão atenção
Me chamam de falador
Ou boca de maldição
E ingressam na maldade
E fecham os olhos à razão

Quero falar para todos
Seja grande ou pequenino
Jesus, o Filho de Deus,
Ser supremo e divino
É quem me manda falar
Deste povo o seu destino

Deus é Senhor da Vida
Nosso Rei e Soberano
É Ele que vai julgar
A todo gênero humano
Ele vai salvar os justos
E vai punir os profanos

A imprensa vê e mostra
O rádio e a televisão
Aponta e mostra os corruptos
Dando toda informação
Onde estão os culpados
O erro e a corrupção
Os jornais mostram as figuras
Os furtos e os foragidos
Só a polícia não sabe
Onde estão escondidos
Os figurões ficam soltos
E pelas leis protegidos

Advogados armam bandidos
Com armas e celulares
Protegem aos criminosos
E os seus familiares
Só não protegem a polícia
E os seus auxiliares

O Brasil está mergulhado
Na lama da podridão
No furto, assalto e seqüestro
Roubo, morte e corrupção
Idosos, adultos e jovens
Na vala da perdição

Há quem aponte os culpados
Mas ficam sem punição
Na Câmara e no Senado
Todos ali são irmão
Um acusa outro defende
Só eles têm a razão
Senadores e deputados são
Farinha do mesmo saco
Porcos do mesmo chiqueiro
Comendo do mesmo caco
Dois jogadores de sinuca
Jogando com um só taco

A Câmara e o Senado
Têm a porta espaçosa
Onde os ricos e políticos
E a elite gananciosa
Ingressam dia e noite
Com mensagens enganosas

Para condenar o Presidente
Inventaram o "mensalão"
Que desde 64
Vem assolando o povão
Enricando aos banqueiros
Empobrecendo a nação

Fazem das CPI’s
As suas salvaguarda
Processos e inquéritos
E nunca chegam a nada
E com as comissões
Finanças são arrasadas
A operação "sanguessuga"
Na compra de ambulância
Deputado se vendendo
Depondo na sindicância
Com dinheiro na cueca
É coisa sem importância

Deputado evangélico
Que se diz justiceiro
Com 10 malas com reais
Para transar com doleiro
Matando a fé dos irmãos
Se trocando por dinheiro

A Comissão de Ética
Aponta muitos culpados
Mas a cúpula julgadora
Absolve seus pecados
Deputados e senadores
Saem dali aliviados

Eles fazem dos eleitores
Povo simples de ignorantes
Cegos, surdos e mudos
Só eles são importantes
E quando são eleitos
Do povão ficam distantes

A CPI dos Correios
CPI do Mensalão
CPI do Caixa dois
Comissão com omissão
Culpado julga culpado
E daí nasce o perdão

Toneladas de papéis
Em inquéritos amontoados
Gastos milhões de reais
São muitos os indiciados
Para os membros das comissões
Só o PT tem culpados

De toda essa balela
Dois sofreram conseqüências
Jefferson que denunciou
Por doer-lhe a consciência
E também o José Dirceu
Por ter demais competência

Outros renunciaram
Evitando a cassação
Para poderem voltar
Isso na próxima eleição
E convocar o eleitorado
Para sua reeleição

O deputado Severino
Foi um agraciado
Falou, mentiu e negou
Dizendo não ser culpado
Negociou renúncia
Para não ser cassado

FHC oito anos
Este país governou
Tomou empréstimos lá fora
Nem um centavo pagou
Deixou sem crédito o país
E só divida ele deixou

Os inimigos do povo
Ficaram com o dinheiro
E querem que o presidente
Se torne um caloteiro
E não pague os empréstimos
Trazidos do estrangeiro

Com a CPI dos Bingos
Aos poucos vai corrigindo
Muitos colarinhos-brancos
Seus erros foram surgindo
Muitos já foram presos
Com sindicâncias se abrindo

Para governar o país
Não precisa ditadura
Mas com justiça e paz
Com brandeza e doçura
É isso que todos querem
Não precisa linha-dura

Nunca houve no Brasil
Governo de mais ação
Do que este presidente
Que com a colaboração
E em união com a justiça
Vem dirigindo a nação

Sem alarde ou ameaça
Vem dirigindo o País
Grandes vultos foram presos
Advogado e juiz
Já corrigiu muitos erros
Cortando o mal na raiz

Feita a operação Buriti
Pela Polícia Federal
Agindo modestamente
Como era natural
Cumprindo com seu dever
Deu fim à rota do mal

Desfalque na Previdência
Feito por seus funcionários
O povo morria à mingua
Muitos desfalques bancários
O escândalo nas estradas
Por guardas rodoviários

O país estava sem rédeas
Todos metiam a mão
Saqueavam os cofres públicos
Inventaram o Mensalão
CPI e CPI’s
Para causar confusão

Vamos ser justos e corretos
Votar livre e consciente
Pra governo do estado
E também para presidente
O resto é causa perdida
Não vote mais nesta gente

Meteram nosso Brasil
Na lama da podridão
No furto, no assalto e seqüestro
Roubo, morte e corrupção
Ingressaram na maldade
Fechando os olhos à razão
Por nossos representantes
Somos mal representados
Não fazem nem um projeto
Para beneficiar o Estado
Não fizeram nada agora
Nem fizeram no passado

Se aproxima a eleição
Eles virão novamente
Falar mal do governo
E também do presidente
Com promessas e falcatruas
Nos enganar novamente

O que vem acontecendo
Na Câmara e no Senado
Nos deixou de olho aberto
Para não ser mais enganado
Por falsos representantes
Na Câmara e no Senado

Vamos esquecer deputados
Como também senador
Só votar no presidente
Também no governador
Vamos dar o nosso voto
Para quem nos dá valor.

ESTE É UM DOS MEUS EXEMPLARES DE 48 FOLHETOS E 7 LIVROS ESCRITOS.

 




 
Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 16/06/2007
Alterado em 17/09/2021
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