A Voz da Poesia

Biblioteca da Literatura Popular (Cordel)

Textos

ENTRE ESPINHOS E FLORES
Foi assim que eu nasci
Entre a flor e o espinho
Cresci a margem da vida
Segui só o meu caminho
Sem um beijo um afago
Sem amor sem carinho

Segui meu destino
Pelo mundo jogado
Buscando salvar a vida
E esquecendo o passado
Ganhava meu alimento
Com trabalho forçado

Chorei sozinho meu pranto
E a ninguém reclamei
E nas noites frias sem cama
Com um jornal me enrolei
E os dissabores da vida
No leito frio chorei

As mãos cheias de calo
Os pés descalços  no chão
Pisando  na terra quente
Para ganhar o meu pão
Andei quase despido
No bolso nenhum tostão

Meu travesseiro uma pedra
Forrada com um papel
E neste mundo tão grande
Com tanto povo cruel
Me deram assim a beber
Na cana, vinagre e fel

Foi assim meu nascimento
Carrasco foi o meu destino
Meu mundo um pesadelo
A vida um desatino
Tive a vida sem prazer
Como um triste paladino

Fui um doutor sem anel
Padre sem ordenação
Fui aprendiz e mestre
Num mundo de perdição
Eu dormi pelas sarjetas
Na lama fria do chão

Mas acreditei em Deus
Toda maldade eu venci
Entre espinhos e flores
Como na vida eu nasci
Entre  flores e espinhos
Na vida também cresci

Mas segui a trilha certa
Na vida busquei a luz
Pois o filho de Maria
Carregou pesada cruz
E assim cresci na vida
Acreditando em Jesus

E nasci como Jesus
E nele acreditei
As dores e sofrimentos
Que nesta vida passei
Os prazeres e alegrias
A ele eu ofertei


Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 13/04/2007
Alterado em 13/08/2007
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