EU, DINÁ E A CASA ABANDONADA
Data: 17/10/2007
Créditos:
Texto: Eu, Diná e a casa abandonada
Autor e voz: Poeta José Bezerra Ed. de som: Welington Junior Copyright © 2007. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
EU E DINÁ E A CASA ABANDONADA
Fui visitar a casa
Que na infância habitei Pois há longos anos Ali não mais voltei E relembrei as aventuras Que ali também sonhei Era um casarão Com paredes amarelas Com portas e portões Portinholas e janelas E na frente um jardim Com flores simples e singelas Atrás tinha um curral Com cinco vacas leiteiras Entre a casa e a cozinha Tinha dez pés de parreiras E um sabiá cantava Na sombra das laranjeiras Entre o curral e a casa Dois pés de graviola Três pés de goiabeira E um pé de castanhola Tinha um pequeno espaço Onde jogávamos bola Lembrei-me das travessuras Que fiz como criança Dos amigos e amiguinhas Tudo me veio a lembrança Uma com olhos azuis E os cabelos com trança Era simples e bonita Meiga e fascinante No pescoço um colar E um pente com brilhante Brilhava como seus olhos Era um lindo diamante Sorria como uma deusa A sua voz encantava Andava suavemente Quando ela me olhava Era meiga docemente Quando comigo falava Eu sentia no peito Pulsar o coração E ela me dizia "Aperte minha mão" Ela sorria feliz Me enchia de emoção Mas tudo se acabou Como um sonho mal sonhado Quando nos separamos Foi como um sonho acordado As quimeras se findaram O mar ficou revoltado E os anos se passaram Nunca mais nos encontramos Às vezes sonho com ela E quando juntos estamos Dizemos um para o outro O mesmo sonho sonhamos E voltando a casa grande Estava desmoronada Eu chorei ao ver de perto De tudo não restou nada Só existiam os torrões Da casa abandonada E ali vi alguém Como eu também chorava Eu não a reconheci Os meus olhos marejava O sentimento era um só Nem eu ou ela falava Partimos um para o outro E fomos nos abraçando Era a menina Diná Em quem eu estava pensando Acordei e não a vi Pois eu estava sonhando Ela dizia assim: Por ti morri de saudades A sorte nos separou Não morreu nossa amizade Um dia nos encontraremos Na santa eternidade Olhei de um lado a outro De tudo vi o final Do casarão só restou Como era natural Grande montão de torrões E dois morões do curral.
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 09/07/2007
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