O RANCHINHO ONDE EU NASCI
Data: 12/09/2007
Créditos:
Texto: "O Ranchinho onde eu nasci"
Voz: Poeta José Bezerra Ed. de som: Welington Junior Copyright © 2007. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
O RANCHINHO ONDE EU NASCI
Este era o ranchinho
O lugar onde eu nasci Voltei lá pra vê-lo E dele nada eu vi O tempo o desmoronou Nada dele restou Muito me entristeci Quanto tempo passou Sem que pudesse rever Aquela doce miragem Num belo amanhecer E tudo que eu queria Se tornou em nostalgia Foi grande meu padecer Tudo se desmoronou Nem a tapera encontrei Meu coração quase pára Muitas lágrimas derramei Parei ali sem conforto O pranto banhando o rosto Em soluços me afoguei Olhei para todo lado Meu corpo todo tremia Quase perdi a fala Numa tremenda agonia Nem um pé de cajueiro Nem um pé de umbuzeiro Nada ali mais existia Tudo, tudo se acabou. Do passado de outra hora Os parentes e amigos Todos dali foram embora O lago verde secou Os jaçanã se mudou Como é triste vê-lo agora Nem o velho acauã Que ali sempre cantava A coruja mãe da lua Que ao anoitecer piava O grito da seriema E o gemer da ema Que a gente sempre escutava Nem mesmo as borboletas Chupando água do chão Nem o gritar dos mocós Nas garras do corujão Tudo ali hoje é cidade A mim só resta a saudade Do meu querido torrão Meu rosto já enxugado Os cabelos embranquecidos Nas mãos eu sinto tremor Dos teus dias já vencidos Mas agradeço ao senhor Que de um casal sonhador Um dia ali fui nascido Adeus Poço dos Lopes Fazenda do meu padrinho Eu te amo terra santa Pois eras tu o meu ninho Com que meus pais sonhavam Quando de ti se lembravam Chorando triste baixinho Quando dali partimos Criou-se o véu da saudade Que nos segue dia e noite E ao chegar da nessa idade Lembro os anos passando E nos aqui buscando A nossa felicidade
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 12/04/2007
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