COMO VEIO ELE VOLTOU
Data: 08/03/2008
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Texto: COMO VEIO ELE VOLTOU
Voz: José Bezerra de Carvalho (Poeta Zé Bezerra, o"Águia vde Prata") Edição de som: Wellington Júnior Copyright © 2008. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
COMO VEIO ELE VOLTOU
Estava no meio do salão Seu corpo ali estendido Imóvel completamente Também estava despido Inerte, calado e mudo. Não se ouvia um gemido Foi assim que alguém No salão o encontrou Bateu palma, deu psiu Nem uma voz escutou Quatro cadeiras caídas Ele ao cair derrubou Caído como estava Mãos cruzadas sobre o peito Os olhos semi-cerrados Seu corpo estava perfeito Seus lábios davam sinal De quem partiu satisfeito Chegaram mais pessoas E ficaram observando Todos estavam em silêncio Como os que iam chegando Faziam o sinal da cruz E em silêncio rezando Estava chegando a tarde Só o silêncio reinava O número foi aumentando Mas ali ninguém falava Simplesmente se benziam Um saía e outro entrava E todo aquele povo Dava sinal de tristeza E ao lado do jovem morto Só uma vela acesa Mas nele se via um sorriso Como sinal de grandeza O segredo do silêncio Perguntar ninguém ousava Faziam o mesmo gesto E para o jovem olhava Saíam com ar de choro O seu rosto demonstrava Se aproximava a hora Para o seu sepultamento E ninguém perguntava Por que tal procedimento Mas ao sair alguém explicou Por ser grande o sofrimento Ele veio a esta vida Nem sorriu e nem chorou Sua vida foi em silêncio O tempo que aqui passou Com as mãos ele acenava Mas falar nunca falou Quando ele nasceu Sua mãe o observava Que ele seria mudo Nem sorria e nem chorava E assim sua mudez Bem cedo se confirmava Era jovem e habilidoso Criou-se puro e inocente Por todos era estimado Jovem amável e consciente Lhe prestamos esta homenagem Por sua mãe estar ausente Nasceu despido e mudo Quando ao mundo chegou Vinte anos ele viveu Nunca sorriu e nem chorou Como ao mundo ele veio Mudo e despido voltou
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 08/03/2008
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